domingo, 2 de abril de 2017
Desespero de cores!
Poeira e silêncio, olhos fixos na estrada que se estende
até o fim da tarde, ao longe vejo aconchego, agora o marasmo
invade a casa do desapego, sou vagabundo, caroneiro já de certa
idade, outro ano inteiro sem novidades, ah, esse coração dominical
entre estranhos sorrisos alheios, nada em minha direção, emoções
ou receios; conversas inúteis na mesa de jantar me fazem implorar
aos céus por uma colisão de mundos, uma explosão de cores, em vão
senti, amores tolos que sequer vivi e me impaciento com silêncio em
excesso, mais ainda quando escasso, e eu não sei mais o que faço pra
não ser vencido pelo tédio, o meu peito é um cômodo desabitado, escuro
e frio, mais um ano vazio, segue a saga, sempre que prestes à sorrir com
uma nova possibilidade, alguma força invisível na cidade se manifesta
e estraga...
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