quarta-feira, 19 de abril de 2017

Talvez eu não insista, talvez eu nem exista...







Gentis, olhos gentis contra olhares vis da estranha noite,
chegará ao fim, sim, a solidão um dia acabará e a mente
que atualmente não dá por minha falta não será mais uma
inquietação pra mim; o surto, a sorte, a morte que seja, ah,
maravilhoso será deixar de procurar, até mesmo mendigar
por sensações de pele que há muito não tenho, anos sem toque,
não importará mais de onde venho, por onde estive, o que não 
tenho e o que nunca tive, frustrações de desejos, nem dor mais
ferirão minha carne triste, esperança já nem existe, pois do meu 
inverno particular eu sempre via primavera por toda parte, ó moça
que não vem, desisti de querer ir contigo à marte, desisti de querer
amar-te, não sei, talvez eu seja só um devaneio ambulante, o fruto
da imaginação da garota amável que sempre sonhei, vis, olhares vis
da noite estranha contra olhos gentis...

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