domingo, 21 de maio de 2017
E eis que asserenei...
Desértica estação de trem, domingo, triste sem,
uma coisa eu sei, mesmo que acusem "demência",
com veemência prometo ao mar, amar-te-ei, olha lá
aquele perdido com o coração bem parecido com marte,
inóspito e silencioso como a tarde no quarto todo, todo branco,
vazio e encarando o teto, tanto tempo sem tato, vozes na mente
que insistentemente convidavam a desistir, mas maior era a vontade
de existir; ontem eu ouvi palavras amargas de um amigo, vibes suicidas
não tinha como não encher o peito de felicidade por vê-lo ali com vida,
lúcido após o temporal interior, por alguns instantes pensei na falta de amor
no meu caminho, do quanto andei miseravelmente puto, mas então lembrei
de enfermos e gente de luto, também pensei em super precavidos com a débil
certeza no amanhã e sorri à luz da manhã, as ondas acarinhando os meus pés
na areia da praia, e daí se por muitos havia sido esquecido por falta de posses,
e daí se eu era apenas um suburbano fodido, e assim terminei minha oração,
sereno porque tudo que eu tinha era essa porra de coração!
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