Um besourinho...
Sou sempre o primeiro a ler tuas correspondências,
claro, na maioria das vezes são apenas contas à pagar
e nada contra felizes coincidências, mas confesso, detesto
o fato de não me acontecerem, falo de cores pra me enfeitar
por dentro, lamento entre bilhetes e ramalhetes de flores que nunca
poderei te dar, um mísero ser isento de calor humano que se alimenta
de sentimentos que a desprezada sonhadora inventa, ali sem jeito, sujeito
à enganos, voando com certo receio ao redor da tua caixa do correio, eu,
o inseto do afeto...
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