quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Um portal para o recomeço





Tentava mas não conseguia lembrar aonde estava, em alguma parte da cidade deparei-me com um estranho beco sem saída, era a lateral de um prédio velho com paredes de tijolos vermelhos e um desenho tosco de uma porta, num impulso me aproximei e curiosamente pude abri-la, com certo receio adentrei aquele lugar surreal e à primeira vista nada encontrei, era um espaço completamente em branco, tipo o nada absoluto, aquele lugar era minha completa perda de memória...lá eu nada recordava, não havia alegria, nem dor, era um ambiente incolor; tateei possíveis paredes invisíveis quando percebi que meus dedos tinham formas de lápis de cor, senti liberdade de inventar um cenário, criei uma casa bem modesta afim de receber meus amigos imaginários, mentalizei até um amor gentil pra mim, alguém de beleza e estatura mediana, tímida e tão simples como a flor que eu desenhei no vaso da janela, tinha real interesse na minha pessoa, não tinha dedos em riste, nem tampouco olhos de acusadora, tinha ares de protetora, uma companhia realmente agradável, nossos nomes já nem importavam, não era incômodo algum a falta de assunto, aproveitávamos o silêncio juntos, mas quando estava prestes a sentir o calor dos lábios dela meus olhos abriram e a única visão que eu tinha era do teto, tristonho despertei de um bom sonho, era uma manhã de segunda, o primeiro dia de outro ano incerto...

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