quinta-feira, 28 de abril de 2016

Versos de um desclassificado





Da janela vejo olhos de cobiça,
desgraçadamente o vil metal influencia,
melancolia e preguiça, a minha alma é um
paletó surrado sob um dia ensolarado, ninguém
pra admirar o mar, há muito tempo cativo de um
sentimento exposto, triste sem, e após a frustração
número cem o amor da minha vida volta a não ter
rosto; o materialismo inibe a flor, proíbe a gratidão
e enche a minha cidade de solidão, quão abstrata é
a felicidade contra todo o concreto que deixa meu
bairro quase sem verde, à sombra de uma árvore
sentei e chorei por não termos nada em comum,
é tão raro poder ser raro pra alguém, e se tem algo
nessa vida que domino é a fina arte de ser só mais
um...

Nenhum comentário:

Postar um comentário