terça-feira, 5 de abril de 2016

Conceito





De um lado os simplórios,
do outro as vidas extraordinárias,
nossos passos são previsíveis pelas
solitárias calçadas da rejeição do mundo
em que pisamos e a estúpida atenção que
precisamos; pessoas caminhando através
das outras e eu espero ao menos que através
de mim possam visualizar o mar ao invés do
mero nada, somos fantasmas que vagam pela
praia à espera do anoitecer, que merda, tem
sempre alguém pra gente esquecer, me vêm
à mente as memórias de infância, de quando
desenhava sozinho no chão da sala, perco a
fala por alguns instantes, que bênção era não
compreender várias coisas, vivendo apenas
de sensações, e os anos vão passando e com
eles as mudanças na arquitetura da cidade,
cores, dores, curas, pergunto à mim mesmo
num suspiro, de quem serei saudade?

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