domingo, 24 de abril de 2016

E assim protestou o poeta...




Suave manhã dominical, o silêncio berra nostalgias,
entre magias de recomeços e tantas coisas que terminaram
mal, bem, fui apenas o cronista, à mim não eram permitidos
toques, nem sequer aproximações, meu dever era só observar
e sonhar em vão, minha vida era pretexto para os mais solitários
protestos internos, aqui dentro quase sempre era inverno;
a sorte declarou estado de greve e me definiu como um fantasma
que escreve, hoje a sorte tem varizes e vagas lembranças e quanto mais
envelhece, mais e mais pertence à formosura, amordaçaram, esfaquearam
e atiraram o poeta da mais absurda altura sem contar que os versos pudessem
ser eternizados e após minha partida cruzei vários céus de memórias, sim, eu vi arrependimentos, vi embaraços, vi laços sendo reatados quando enfim tentaram
entender quem eu realmente era, vi os que me rejeitaram vivendo sem mais novidades, depois que eu fui, fizeram de mim uma possibilidade...

Nenhum comentário:

Postar um comentário