sexta-feira, 9 de junho de 2017
O bazar dos corações super baratos
A solidão de um canteiro sem rosas sob aquele céu
de nuvens rancorosas, o resto da cidade ensolarada
porque hoje especificamente o cara acordou não vendo
graça em nada; um erro a cada dois quarteirões que seja,
e a incerteza peleja contra nós, mas com o tempo aprendemos
à gostar de estar só naquele lugar frente ao mar chamado "aterro",
imersos na densidade de nossos platônicos e utópicos sentimentos,
e foi pensando na enorme distância dessa tal "felicidade" que adormeci
e sonhei que era um menino feito de papel machê num curta metragem
sem som, e o bom Jesus havia escrito na areia com um simpático emoticon:
"CLICHÉ", acordei sentindo aquele grande vazio, ah, quem dera primavera
nesse meu peito invernal, sei lá, talvez sinceras atenções após um longo hiato
desde a última vez que me senti "gente" para alguém que também pertenceu
ao bazar dos corações super baratos...
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