quinta-feira, 22 de junho de 2017
Doces lamentos de brisa
Balanço dessa última década pra cá,
vivo de ilusão em ilusão e durmo pra esquecer
quem achei que havia vindo pra ficar; por favor,
ouça-me, mas não me dê soluções rápidas, acho que me viciei
em perder, que misterioso esse tal destino, as falsas esperanças
de menino tornaram-se um círculo vicioso, aquela leve ajeitada
na minha alma amarrotada e me recomponho pra perder outra vez,
é triste, mas eu sei, eu sei que vou, é uma dura certeza que nunca muda,
simplesmente não entendo porque meu peito não abandona as tentativas,
alternativas não me restam senão ter fé nas possibilidades, de tão intenso
devo ser tipo raro, tanto que ninguém consegue acreditar que possa ter tanto
assim pra compartilhar, disparo minha metralhadora cheia de mágoas no mar,
pois sou só mais um cara, certos olhares de cisma já me acusaram de "fraude"
pela simplicidade de tão ordinários sonhos de amor, a tarde gentilmente arde
à nos iluminar como holofotes de uma peça, nós seríamos os protagonistas,
o aterro seria nosso palco com cortinas azuis que iriam de espigão à espigão...
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