segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

Cara, até que enfim esqueci!



Pela janela do ônibus as radicais mudanças
de paisagens, o que viria pela frente, que tipo
de gente se encontraria na cidade dela, e mais
essa esquisita e forte impressão que o sol muito
me contrariava, pensava...meu peito sem jeito,
a saudade da cidade natal e as mensagens de
solidão em imaginárias garrafas vazias perdendo-se
pelo mar e quem irá receber ao menos um desses
avisos, que eu preciso demais que alguém vá lá em
casa regar as flores do meu modesto jardim que lentamente
murcham, elas são como pequenas extensões do meu ser e
à medida que morrem, as lembranças de mim vão se esvaindo
de corações cheios demais pra ter espaço pra quem partiu,
o plano era amar e ser amado, mas confesso que a esperança
diminuiu consideravelmente com o passar do tempo, um estranho
perdido e deslocado, sentado sozinho na desértica lanchonete em
uma noite de sábado, doido por um papo, escrevendo versos em
um guardanapo, bem me cairia voar pelo céu de tantos corpos
celestes, pois não sei por onde estivestes ao longo desses meses,
é, às vezes pensava em ligar mas lembrava de tanto desprezo na vida
e acabava deixando pra lá, precisava voltar à ver graça nas coisas mais
simples ao redor, precisava convencer-me que não estava completamente
só. Na madrugada o surto me bateu urgentemente à porta mas eu nem me
levantei para abrir, procurei a nuvem mais macia afim de me esconder e
voltei à dormir, sonhei que juntos desenhávamos uma casinha bonitinha
pra gente morar, melhor mesmo era a parte em que tínhamos voltado à
namorar, borboletas renasciam no estômago, era uma linda realidade em
cores vivas, depois que vim perceber que era na verdade uma despedida,
despertei no costumeiro quarto cinza, mas uma pontinha de cor subia ali no
canto e do canto dos lábios um sorriso grato brotava, naquela bela manhã
ela não significava mais nada...

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