quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Divã a céu aberto




Distância...muito convém aonde
a gente não se sente bem vindo,
pessoas se divertindo ao longo do
calçadão e eu vou encolhendo ante
a imensidão do mundo, têm sido cada
vez mais difícil ter fé nas possibilidades
tornando-me mais e mais estranho, em
geral eu sou apenas  aquela pequena parcela
que puderam ter de mim sem uma segunda chance
de dar-me realmente à conhecer, basicamente vivo
pra esquecer e ser esquecido, eu sou o coadjuvante
que passa desapercebido em cenas de vidas alheias,
vivo de breves focos cá com a minha insignificância
desde a infância, nunca fez meu estilo ser escolhido,
tão na minha que era normal nunca terem ouvido falar
de mim, um fantasma em vida, um velho desde muito tempo,
o sorriso me perturba a alma quando em meus lábios acuso
fúteis, detesto parecer desesperado, volto sozinho pra casa
sem ser esperado como de costume, conheci uma garota de
outro estado e nela não achei arrogância, queríamos por demais
estarmos abraçados nesse finzinho de tarde, o vazio me invade
o peito, a saudade é irmã siamesa da distância...

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