sábado, 27 de junho de 2015

Devaneios do herói sentimentalmente desengonçado




Sou só um herói falido, sentimentalmente desengonçado
à sobrevoar céus tão limpos de tantas e tantas milhas de
pleno nada, nem surpresas, nem esperanças, sério, nada!
Queria uma vez só na vida chegar a tempo de resgatar o
coração mais docemente simples das garras da malvada
solidão, ah, se fosse, "Olha o que eu te trouxe...", dizer
daquela carta de amor há muitos dias atrás escrita, que meu
peito envergonhou na hora de lhe entregar, a graça de ver o
sorriso se iluminar num rosto acostumado com o semblante
de frustração, salvar sendo salvo, alvo por dentro de tanta ternura,
dizer sem receio de não ser bem recebido que eu tô completamente
apaixonado, sentir que nosso encanto é na mesma proporção, um
momento mágico totalmente propício àquela bela canção da Elis que
diz:"Só eu sei quanto amor eu guardei sem saber que era pra você",
abrir os olhos ao despertar e ver que você ainda estará lá...

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