quarta-feira, 10 de junho de 2015

A moça é bela e a carne é triste

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Há um sentimento que não chega,
um vazio que não basta, ah, meu ébrio
cupido errante, uma vasta coleção de flechas
erradas e estúpidos amores "desamantes"; dê-me
um pouco mais de desprezo e apenas me trate como
um traste, o meu coração, o meu coração é o ateliê que
abandonaste em meio ao caos das cores, desmancha mundo,
entre ateus e atores, disfarçando misérias à beira do abismo
profundo que é lembrar o quanto era bela aquela moça estranha,
das memórias às entranhas, corrosivo é o som do sorriso que ecoa
na minha mente problemática,mesmo não sendo pra mim, bem, sim,
finjo que é e fantasio incontáveis situações bonitinhas de nós dois por
aí à pé, uns trocados no bolso, rezando que dê pra um só sorvete que é
pra gente dividir, pouco, mas bem pouco para duvidar, o chão de nuvens
planas que é pra depois te levar num passeio de bicicleta em linha reta,
seguindo toda orla sob os olhares curiosos do sol do fim da tarde, arde a
pele da minha carne triste, volto à si vagando só pela avenida, perguntando-me
se ainda existe alguém assim na vida...

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