sábado, 20 de junho de 2015

Tortas, tantas tortas!


O reflexo do algodão espalhado
pelo pleno fundo azul no prédio
espelhado, um céu bonito e sinto-me
mais finito do que de costume; meu olhar
assume grande miséria quando desfalece,
outra moça que me esquece sendo superfeliz
pela cidade, rodopia por aí morrendo de rir
com outro alguém do lado, dando por certo
que o amanhã será infalível, e o homem chamado
sol com cegantes brancos dentes dá risada de nós,
os imprudentes, do lado de cá só a solidão de ter sido
trocado, outra vez lavo o rosto já lavado de lágrimas e
maquiagem de palhaço e vou pela tarde à procura de um
sentimento quase escasso, a dor no peito arde como uma
tatuagem recém-feita e meu estômago de borboletas mortas,
um dia encontrar? Tomara! Tortas e tantas, tantas portas...
na cara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário