sábado, 13 de junho de 2015

Reles peles




Estava à murmurar sobre o que me desfavorece e o que
meu peito carece nesse mundo que descolore por onde passo,
não me pergunte sobre meu dia, pressionada a tecla "mute",
caminhando à passos silenciosos deparo-me  com um dia azul
ali na frente, só que a má sorte não me solta e querendo não estragar
a alegria alheia, dou meia volta e sigo pela estrada do cenário em preto
e branco, sob a luz de raio de um momento, no pensamento aquele lindo
e tímido sorrir da balconista da padaria, a breve lembrança no desespero
de ao menos não ter o coração inteiramente desprovido de esperança, eu
sou aquele velho poema esquecido no diário empoeirado de linhas tortas,
sou uma criança já há muito desaparecida, dada como morta, o jeans surrado
de joelhos rasgados, a alma maltratada por conta de tanta ilusão barata e olhares
negados, hirsuta, os pêlos da barba deste filho da puta que vos fala...

Nenhum comentário:

Postar um comentário