quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rosto na vitrine




 Tenho andado só pelo espaço,
o mundo é uma vitrine de vidro
resistente, e eu aqui fora, em
meio ao fracasso de não ter
conseguido entrar novamente,
parafraseio Lennon na calçada
do universo, "imagine" nunca
mais ter o coração partido em
meus versos, mais recheio em
tortas de maçã e menos receio
sobre o amanhã, e os dias vão
amanhecendo, eu sempre esquecendo
de mim, exemplo de como não ser,
abro os olhos, falta bem pouco pra
escurecer, uma vez mais desperto
menos esperto do transe, outro ano
perdido sem ter aprendido à amar;
na mente os resquícios de romances
desfeitos, aviso aos imperfeitos:
Lá vem de novo, ilusão! Com jeito
simplório, canto, bato palma sob um
céu meio contraditório, mas não
consigo ter calma, ela...ela sorriu
pra mim! Sonho, pego na mão, e vôo
alto, acordo só, em queda livre, a
triste visão do mar em declive, e
antes de me espatifar no chão da
frustração ainda te chamo, e seu
ninguém me pode ouvir aqui dentro,
quando penso:"EU NÃO ME AMO!"

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