quarta-feira, 4 de abril de 2012

"Frô e preda"















Entre as rochas, uma flor...
nasceu, cresceu quase sufocada,
quase nunca regada, as poucas
gotas de quando chovia, amor
que escorria, mas o céu insistentemente
a animava, juntamente com o sol,
dizendo:"Vem com a gente numa
fotografia, sorria!"
Sou uma pedra...
das poucas que não a maltratou,
muito pelo contrário, brotou de
uma fenda em mim, assim como
enfeitaste meu pobre cinza, ainda
ontem os rigores do tempo sobre
minha pele nada macia, mas é
fato, de suaves à ventos tempestuosos,
maltratos; certo dia, alguma ave
de verão lançou sobre nós o pozinho
da simplicidade, fez-se vida, nos
tornamos gente da cidade, e era
eu, então, uma criança sem rumo,
sozinho em alguma calçada, mas
eis que a querida morena enluarada
deu-me a mão, cabelos cor de noite,
de irresisíveis maçãs do rosto, que
tive que pedir licença, e desculpas,
mordi com ternura, tua doçura
tem a medida certa de todas as
atenções que eu sempre quis, e se
não muito me atrevo, ouso dizer,
aliás, escrevo...feliz em te ter!

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