sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Pelo poder da visibilidade
















Colibri, abri as janelas
da alma, acordei com uma
estranha calma de estar
sem muita vontade de viver,
hoje cê nem veio me ver, por
conta da chuva, acho, mas lá
pelas dez parou de chover, bem,
pelo menos lá fora porque não
há hora certa pro mal tempo
aqui dentro, nesse meu inverno
interminável, o homem invisível
não deveria ser invencível, ou
impermeável? Bem que eu poderia
inventar uma destinatária, daquelas
mais solitárias, só pela doce sensação
de ter uma carta de amor recebida
sem desdém, imaginar reações de
puro lisonjeio, seja como for, hoje
descobri que aquele beija-flor que
não veio não era meu, na verdade,
tão, tão imensa cidade, e eu sequer
tenho um colibri...

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