quinta-feira, 16 de março de 2017
Chão do conformismo...
Ah, pobre pedinte alma minha, cadê aquele respeito
e amor próprio que eu tinha?, como dói saber que
eles possuem de sobra o que não tenho nem metade
de sua parte, esperar-te, eu sou um desamparado cão
a ladrar em frente à portas trancadas de estranhos
corações sem disposição, um invisível contra a má sorte
invencível, um avião sumindo na imensa nuvem cinza,
a partida de um navio, agora encaro o vazio através da
janela, vai chover, vai chover, porra, por onde andaria ela,
meu peito carregado de uma infeliz certeza, a tristeza que
é reconhecer estar numa guerra somente pra perder...
segunda-feira, 13 de março de 2017
sábado, 11 de março de 2017
Sobre andanças...
Mendiguei, atenções, amores, considerações,
sim, eu mendiguei, vagando por extensas ruas de rejeições,
faminto assim de bem querer, congelando em intermináveis
dias invernais às portas de casas mornas, desejava ver canduras
desaparecerem, mas não encontrava em mim a frieza do desapego,
no aconchego nunca viam minhas esperanças perecerem, ah, que
nas profundezas dos meus abismos de vazio indagava como alguém
podia enfeitar e enfeiar meu mundo assim tão rapidamente, colorir
a vida e borrar friamente com desdéns, preces, tantas preces que elevei
aos céus afim de ser abençoado com a mente de um desmemoriado, diz-se
por aí, "Você é o que tem", mas caso não possua nada, por que não somamos
nossos "nadas" e nos amamos, passar despercebido pelas lentes dos fingidos,
invisíveis amantes invencíveis, sabe, bem poderíamos, e depois de tantos anos
ainda pedia todo dia pra ser salvo pelo amor simples, falar sobre tudo que eu
passei até chegar à ela, relatar minhas andanças, em meio à grande nuvem de
chumbo o sol timidamente sorriu, agora aquela canção dos Beatles, sim, sou
eu mesmo, "The Fool on the Hill"...
quinta-feira, 9 de março de 2017
Grito!
Terras ermas, milhas e milhas de distância,
suspiros e saudades de infância, ilha, aquele
pedacinho de chão afastado no oceano chamado
"coração", isolando-se cada vez mais com o passar
dos anos; involuntárias vozes que ouço e torço para
que desapareçam do meu redor, entre a multidão de
estranhos rostos me sinto irremediavelmente só, sufocado
por ouvir tanta merda alheia e sorrisos forçados, ah, vida
de marasmo, daqui eu vejo o tédio disfarçado de entusiasmo
e berro no silêncio da minha mente problemática, intranquilo
sob um sol pálido, as pedras suavizam com o beijo cálido das ondas,
olha o marzão, e em meio a tantos "ais" me veio Vinícius de Moraes,
"Sei lá, a vida tem sempre razão, bem, deixa estar, verdade seja dita,
por muito tempo a minha têm sido maldita, apenas de se acostumar...
segunda-feira, 6 de março de 2017
Noites de asfalto
Asfalto à noite, a tranquilidade das águas
escuras do rio sob a ponte simbolizam teu
calmo sorriso em alguma parte da cidade,
distante e inalcançável estou do teu pensar,
entre vazios e veículos, imaginando por onde
andas, juro que vi teu rosto num vaso de flor
na sacada de uma varanda qualquer, depois
te vi por outros lugares na avenida, querida,
simplicidade é meu maior sonho de consumo,
o que não me acostumo é com teus constantes
sumiços, mas tudo bem, eu sei que meu olhos
de admirar não são como os dos que chamam
o supérfluo de "belo", singelos são meus encantos
envolto na cantiga do vento, as paisagens urbanas
passam por mim na partida do fim-de-semana, noite
de domingo, muitos confundem romantismo com
fanatismos baratos e vãs obsessões, e tudo que eu
queria eram mãos pra dar numa boa colisão de corações...
sexta-feira, 3 de março de 2017
A dura arte de deixar ir...
"Bem-me-quer, mal-me-ame", um edifício tosco,
desenho de criança a giz de cera em chão fosco,
no topo um moço com olheiras e tinta no corpo
que um dia encolhera; vencido têm sido pela dependência
de um sentimento inconstante, quase um sonho distante,
pelos quatro cantos do quarto escuro da alma um cômodo
sem calma, sob devaneios de um dia renascer na paisagem
de uma tela, morrer de vez na lembrança dela,"Bem-me-quer,
mal-me-ame", "despetalando" a noite no desespero de um sorriso
que seja, minha boca beija tua 3x4 que trago na memória, eu sei,
ter de esquecê-la é muito sofrimento...mas é preciso...
quarta-feira, 1 de março de 2017
Versos cinzentos
Olhos vermelhos, reflexo de tão grande tristeza,
dores e incertezas que me deste pelas flores, cores
para onde fores, enquanto meu universo desbota,
descasca em paredes de reboco, um louco à envelhecer
a cada lembrança tua na mente, um velho à enlouquecer
diariamente, vagando por terras áridas de infinito desamor,
água, água, orvalhos de manhãs envoltas em névoas de mágoas
e ela continuava agindo como se eu não existisse, desimportâncias
de tudo que meus olhos disseram, declararam, divertiram por algum
tempo e já eram, ó, sede de simplicidade pela cidade fútil, estúpido e
falho, e ainda assim no meu desamparo professo, meu raro amor não
é para esquisitonas de merda, nem esnobes do caralho!
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