sexta-feira, 17 de junho de 2016

Friezas que apagam existências, ecos de palavras que assombram





Sexta-feira, foi só mais uma semana inteira
de vazio e mais nada, etílicos e seus devidos
copos, faltas para seus devidos corpos, pra onde
eu olho só vejo alegrias forçadas, olha ali sentada
na nuvem cinza o semblante da melancolia, uma
saudade cortante da tua fisionomia; ode à simplicidade,
a cidade parece sentir as dores das minhas perdas, ela
separou um cômodo da casa para armazenar toda sua
boa sorte e eu não sei mais onde guardar tanta pedra
que ganho, bom seria se eu lhe fosse apenas um estranho,
mas de tão admirável ela preferiu fazer de mim um pobre
dispensável sob as lentes da máquina fotográfica delatora
do sol, tão, tão só, não, não é mera frescura sentimental,
lhe tenho apreços, amplexos e bastante zelo, ah, como me
maltrata a lembrança da textura bagunçada do teu cabelo...

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