sexta-feira, 13 de maio de 2016

Sonho da rosa murcha...



Correndo livremente entre os canteiros,
sorria e acenava pro carteiro, ah, aquele
aroma extraordinário me tirou do coma,
um odor bom de alma ímpar em simplicidade
reviveu minha atividade emocional no peito
semicerrado, nada me parecia errado; aquela
rosa virou anjo e caminhou comigo por uns
bons minutos, pareciam anos, nós dois de mãos
dadas à beira de um mar mentolado, um céu de
chumbo sobre nós e nós à sós naquela praia deserta,
tua sobrancelha arqueada, esperta, e meu rosto resplandecia
dourado pela suave presença dela, os passos delicados da
morena bailando pela areia amarela, só de olhar me sentia
salvo e seguro, subitamente era eu DiCaprio pelos campos
de papoula e tudo ia ficando mais escuro, podia agora sentir
nos pulsos os picos da maldita seringa, aos poucos ia voltando
à si e já não era mais um afortunado amante, apenas um viciado
vencido, aquela preta anjo havia deixado de ser minha heroína
e havia se petrificado, não havia mais cor, nem cheiro, minha rosa
menina singular havia murchado...

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