sábado, 26 de março de 2016

Uma carta de lugar nenhum




O sol hostil, e foi num dia insuportavelmente
ensolarado assim que ela desistiu da espera;
encarava o mar, deixando escapar a primavera
que ainda restava em seu olhar, folhas secas flutuavam
na água e lá se iam as esperanças distanciando, um barco
no horizonte, a calma ao longe como a carta que nunca vinha,
um alguém que nunca existiu. Era uma pessoa de sorriso fácil e
coração gentil, fiel confidente, um amante decente que perambulava
pelo chão macio da sua imaginação, olhava ao redor e sentia-se só,
seus olhos cada vez mais invernais não conseguiam encontrar este
admirável ser em canto algum e a frustração então convertia outra
simplória sonhadora em descrente e o paraíso agora não passava
de um lugar comum...

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