sábado, 9 de junho de 2012

Enfeite



















Um prato apenas nesse
fracasso de jantar à dois,
e mais um conto-de-fadas
barato, segue o amor escasso,
também nem te convidei, né,
e por que? Er, porque...porque
...ora, porque eu sei!
Na verdade, na verdade,
minha pobre pretensão era
de apenas um lanche, quiçá
uma chance de pegar na mão,
sou a timidez nas declarações
de um bilhete, eu sou um enfeite
do teu criado-mudo, imóvel, vendo
aquilo tudo que de tão belo trazes
no teu adormecer em todas as fases
da lua, feliz em te ver, mas eu queria,
eu quero viver! Quero não só estar vivo
pra ter a alma escoriada de tanto açoite,
e os fantasmas da desilusão cirandam
meu vazio em forma de lembranças tuas,
és uma honesta flor nua, e eu o vento frio
de um sábado à noite...

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