quinta-feira, 15 de abril de 2021

A arte do recomeço...


"Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho", seguindo assim na fé de Jobim, rogando aos céus por renovadas forças
 ante cada incerteza ao longo do caminho, sob a ponte mágoas levadas pelas águas, sim, eu sei, sob a ponte foi quando mais perdido que então me encontrei, dúvidas, dádivas, eu sou meu próprio inferno e paraíso, sai ano, entra ano, "desintoxicar" o peito é preciso, um náufrago urbano e sua garrafa com aquele antigo sentimento afim de alcançar uma nova história e a glória do esquecimento...

domingo, 11 de abril de 2021

Fôlego de vida

 

E tendo uma vez ouvido sobre a existência desse tal "amor" nunca mais pude despertar, nunca mais pude descansar em paz, meu melhor predicado passou a ser "invisível", ah, essa carência que me deixou num estado quase irreversível de dormência, desamor, que assim seja, hoje tornei-me aquela flor que o colibri não beija, chorei, tentei, com a solidão comprei briga,  agora pensando seriamente naquele velho dizer de vazios imbecis que "amor não enche barriga", okay, agora mentalize uma cena nada divertida, a saber, teu leito de morte, será, será mesmo que tu desejaria uma última refeição ou alguém segurando tua mão nos teus últimos suspiros de vida?

sexta-feira, 2 de abril de 2021

...não se chama o agora de "presente" à toa...

 


Ouviu o que a chuva tinha a dizer, depois teve a noite por ouvinte, céu de chumbo pela madrugada, melancolia em espessas gotas, escorre a tristeza pela calçada descendo rua abaixo, doce e triste alusão à ilusão de ótica do amor que nunca fica, a delícia do banho ao relento, alento ao coração do estranho sob a bica, azul e dourado, o celofane do céu agora envolve o sol, um presente reluzente aberto às pressas, tive a noite por ouvinte após ter ouvido o que a chuva me dizia, ah, que bom que não era ouro, mas sim a glória do dia seguinte...

sábado, 27 de março de 2021

Os otários também amam, os otários também dançam...

 


Dancei, doida e livremente, livre e doidamente dancei por mais uma mão que eu não alcancei, mais uma mão que encolheu quando da queda quase me resgatava, lúcido e assobiando à beira do abismo, outrora já nem sabia onde estava; caía com um sorriso de falsa segurança no rosto quase se transformando em choro, era fé que desta vez não me deixariam chegar ao chão, sim, eu sou sensível, sim, eu sou coração e amor não há sem papel de tolo, era um lindo dia de honesto azul que a incerteza acinzentou, modificando o cenário e eis que subitamente choveu, sim, perdi, e daí, livre e doidamente, doida e livremente dancei como um otário...

terça-feira, 23 de março de 2021

Sendo lembrado em alguma janela por aí....


Parara o tempo, ensaio do apocalipse, era eu então a lua quando vencida pelo eclipse, de ninguém eu sou, nem mesmo meu, agora tateando o vazio em busca d'um calor de mãos, ó, mundo de escuridão, dias de breu; vida essa, vida louca, tristes tempos virais, te beijaria se uma máscara não me cobrisse a boca, porra, outra vez esqueci o que eu disse, te beijaria se você me notasse, ah, quem dera você existisse, cá falando sozinho sob uma chuva fina, discretamente chorando, mas as pessoas se ignoram, ninguém imagina, as roupas deixadas pela rua, me despi para uma plena invisibilidade, agora visto apenas em algumas lembranças de olhares distantes pelas janelas da cidade...

quinta-feira, 18 de março de 2021

Enterrado vivo...


Olhos fechados, a boca aberta em minha ira segundo o livro da sabedoria, tão, tão só, praguejando sob o sol, a multidão de vozes, a confusão de sons dos veículos, gritava mas ninguém me ouvia, o caos urbano havia anuviado minha poesia, "leve" agora parecia um sonho distante, breve foi o tempo que a paz me notou tipo um livro empoeirado, esquecido na estante, os anos passam na velocidade do mover das nuvens, é triste, eu sei, a entorpecida sensação que sentei frente ao computador há mais de dez anos atrás e nunca mais levantei...

sexta-feira, 5 de março de 2021

Soul flor...


Implosivo e explosivo, impaciente, porém vivo, ah, tu realmente não sabes por onde estive, de nadas bem entendo, esperei, esperei e nada tive, quantas vezes nada fui para quem achava que fosse "tudo", já que não pude amar-te, restou-me ser arte, nas imaginárias paredes do tempo era eu um grafite absurdo, incompreendido e quase nunca apreciado, meu nome é "lugar nenhum", uma interminável estrada, cujo o amor é um veículo bem lá na frente que nunca consigo chegar perto, à minha esquerda um canteiro, à direita um pomar, um dia eu fui uma flor na calçada, desde sempre beleza no deserto...