segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Quantos recomeços!
Olhos invernais, olhos invernais, nublara o céu da boca, a alma entristeceu e o sol lá fora já não me interessava mais, ó mundo de "sãos", pretensos vencedores não podem demonstrar dores e aqui aquela vontade básica de sumir, sei lá, ser tragado pela televisão, letargia de sofá após o "não", aquela "adolescentice", estava quase pra não suportar, mas eis que então mansamente o mar, o olhar perdido de um vencido na doce valsa das ondas de uma maré cheia porque eu ainda acredito que um dia essa porra de amor não mais me aperreia!
domingo, 16 de setembro de 2018
Não é tédio, é apenas silêncio, mentira, é pura amargura!
"Fracasso", disse a noite sobre meu jeito quase escasso de gostar, o ponteiro gira, o tempo conspira para que envelheçamos juntos, a solidão e eu, pedalei, por sobre fios telefônicos e pelos poros da pele de um amor imaginário pedalei, um otário à devanear uma enorme distância da estrada dos "se's", o mais perto que pudesse chegar do fim do arco íris, estou mudo e mudando, um cachorro, ah, só eu sei o quanto esperei lá fora, tô vendo através de tudo porque não acho graça em nada por agora, mas não paro de pedalar, um dia, um belo dia a má sorte me esquece e quem me rejeitou há de lembrar...
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
A única companhia
Há uma noite impecavelmente estrelada e uma lua tão cheia quanto o meu peito de tanto nada, um quarto vazio, os meus lamentos sob a ponte ninguém viu e eis que então ela juntou-se à mim...pelejamos, pedalamos pela avenida das desolações, insanidade, insanidade, cara, pensei que não sobreviveria, meus olhos já há muito não a viam, mas a merda do coração ainda sentia, agora feito por dentro de frágeis cristais e corrosiva era a saudade, escandalosamente ria a cidade ao longo da noite elusiva, restávamos só ela e eu, as canções, os livros que a gente lia, ah, melancolia....
sexta-feira, 7 de setembro de 2018
Encontrastes um contraste....
O feio e a flor, encontrastes um contraste, a inocência de pétalas regadas de atenção e a rejeição de um coração de terras áridas abandonadas, o velho menino infeliz desdiz tudo sobre o lindo céu que cobre, um vagabundo caroneiro numa vagarosa nuvem, as paisagens em movimento na janela do transporte imaginário, um otário à bordo do vento, lugar nenhum, lugar nenhum, bad trip já passou, os olhos tanto nublaram que choveram, chorando, sob a pálica árvore, a cálida tarde, o tempo esfria, o peito arde, imerso no mar branco das paredes do quarto encara o nada, observado pelo teto e já há muito sem tato, as terras áridas abandonadas do coração de um feio contrastam com as pétalas regadas de tanta atenção da flor, há muito, muito tempo sem amor e ainda sem saber para que aqui veio...
sábado, 1 de setembro de 2018
Sob efeito da noite
Sob efeito da noite, luzes psicodélicas e melancólicas de postes e automóveis ao longo da avenida da desolação, o frio corre pelas ciclovias das minhas veias sanguíneas, um dia, uma declaração e então o rosto do meu amor volta ao estado gasoso, virou nuvem e agora não passa de um temporal em mim, mal-me-quer, mal-me-beija, okay, assim seja, nada pretendo, de vazios bem entendo, mas minto se disser que não sinto, preso e doendo sem nenhum bom ouvinte, sofro até a última gota de chuva, ansiando horrores pela luz da glória da manhã seguinte...
sexta-feira, 31 de agosto de 2018
E teve aquela vez no mar
E então o mar de melancolia...imensidão, meus pés mal tocam o chão, é tipo um combate contra o universo, oh, Deus, agora quase imerso, as águas de inquietação começam a invadir os pulmões, sob tão, tão bonito céu, os últimos suspiros ao cheiro de sal, frescor não mais sentia, só queria desesperadamente respirar, ah, o tesouro do ar, o fôlego de vida voltava em forma de gratidão, a alma apaziguando, o coração esquecendo mal tratos e descasos, já não afogado na cruel incerteza, correnteza ameniza, brisa, doce brisa no mar de solidão, foi quando pude perceber um mundaréu de gente ao lado, por toda parte, água em marte...
quinta-feira, 23 de agosto de 2018
A diferença de quem sente
Vez por outra me via num filme sem som, incolor, houve um tempo da vida em que as canções da alma sequer tinham tons; vez por outra me pegava no meio do nada, minhas coronárias eram como avenidas em plena madrugada, ó quão frio, gritos silenciosos que ecoavam no vazio, mundo inóspito do peito, um dia foi assim, agora degusto o fim...do dia, a rua, a beleza das nuvens borrando a lua, a bela queda dos longos cabelos negros soltos pelas costas da tarde até o mar é uma visão que tão facilmente não se esquece e eis que então anoitece...
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