quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

À isolar-se...



Fim de tarde na vida do menino, sem destino entrou no metrô e o olhar rapidamente perdeu-se nas paisagens em movimento, nunca foi lá de muitas viagens, previsível, invisível, tão convidativo agora parecia o confinamento; estático ante um mundo histérico, por quase toda vida melancólico agora colérico, na mente ecos de indesejadas vozes involuntárias, emotivo, implosivo e quase rosto, a velha solidão em plena multidão, um janeiro com ares de agosto e o crescente desejo de pertencer à lugar nenhum, mais um que adoecia, desceu numa estação qualquer, lá fora já escurecia, seguiu a pé falando sozinho com o pesaroso peito em açoites e de sua melhor confidente, oportunos amplexos teve da sua amiga noite...

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