quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Inimigo íntimo





Translúcido o vidro da janela, lá fora o céu chora e aqui dentro há um azedume de inquietação, o meu peito é uma casa em escombros após tempos e tempos de assombros, tanto a fazer, ah, a graça do esquecimento e só então reerguer; cá estou soterrado numa casa abandonada, detestável e vil o sentimento, eu sei, mas alguém tem que pagar pelos danos da alma e toda bagunça deixada, amar em paz, Deus sabe o quanto quis, agora não mais, lá fora o céu desaba por uma história que acaba, ó, triste dia chuvoso, a cidade cinza, melancolia e umidade e aqui dentro apenas mais um filho da puta rancoroso...

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