sábado, 4 de fevereiro de 2017

O que sempre fui...






Oh, minhas tristes noites em preto e branco, 
do outro lado da avenida eu vejo cores, aqui 
do meu relento vejo gente deliberadamente
oferecendo abrigos, nem inimigos, nem amores
no vazio do meu caminho, a última vez que me
perdi em alguém, me sentia encolhendo por conta
dos desdéns, é, acho que a vida deve estar melhorando,
das outras vezes sentia-me mesmo era invisível, me fodendo e
infelizmente cada vez mais sensível, maldita vocação para tolo
que nasci, não tive alternativa, que vontade imensa de morrer 
de rir sob uma chuva corrosiva, descer pelo ralo do mundo e 
nunca mais voltar a ser profundo, iniciar uma matança em 
massa, fodam-se os fúteis da terra e sua "infinita" alegria 
que tanto me irrita, mas é que não há inimigos, nem amores
pelo vazio do meu caminho, triste vida minha em preto e branco, 
da solidão desse banco de praça, meu olhar não disfarça o penar, 
olha lá, olha lá, do outro lado da avenida eu vejo cores...

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