sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Amor à tinta guache e lápis de cor



Veja a chuva que no céu troveja,
passos lentos nas poças, quis porque
quis ir lá fora, pouco importa, o raio
que me parta, antigas cartas que relia
com calma, menina, pra onde você teria
ido, cê nem imaginaria que a minha alma
agora é uma casa de melancolia; silêncio por
questão de instantes, automóveis com seus
devidos vultos ao volante, da janela entreaberta
eu vi uma manhã caótica, há muito, muito tempo
que o amor só me vem como mera ilusão de ótica,
por diversas vezes, naquelas horas de desgosto pensei
naquela moça ainda sem rosto que meu peito idealiza,
a garota imaginária que um dia me encherá de atenções
e entendimentos, por ela eu mudei o ringtone do meu
telefone para "Aquarela" de Toquinho, Deus, como eu
sou sozinho, imaginando alguém que talvez nunca conheça,
e se acontecer, certa e rapidamente me esqueça, planos, planos,
planos que não faço, nem faço parte, acho que meu destino é
ser aquele "loser" que parte sem ninguém nos finais dos filmes,
Lucy ali no céu com os diamantes, e eu nasci pra ser um mísero
coadjuvante...

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