terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Velhice tranquila




Olhos, cansados olhos
deste desafinado, confinado
no mundo imenso, sobre as
areias do tempo anoitecia, um céu
bonito de luar intenso pra recordar
e o mar em mim pra fazer esquecer
tudo o que me adoecia; no calçadão
casais passeando, e os anos vão passando
sem pressa entre a linha do horizonte e as
linhas de expressão do meu rosto à envelhecer,
ora, veja só você, tão jovem ainda e linda nas
minhas memórias que ainda não foram perdidas,
ora, vejam quanta gente cheia de planos para pelo
menos três vidas, sabe, às vezes penso se tudo não
passou de fruto da minha imaginação, continuo sem
muita ambição, quase sempre sozinho, sei lá, talvez
partir sorrindo num descanso após o almoço na cadeira
de balanço ao som de um calmo chorinho...

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