
Olhos marejantes,
torta flamejante na cara,
quando bate o sino, sou um
palhaço com cara de menino,
e estilhaços de coração na mão,
há vestígios de primavera sob a
mesa da sala, e as crateras de
incertezas em meu percurso nem
se fala, talvez eu corte os pulsos
com um desses cacos de mim, o
lado mais escuro da lua é ali no fim da rua;
me ponho à indagar em plena praça
pública que graça há em ter o rosto
pintado de sonho, se ninguém há de
vir, ou ouvir meus apelos em ver-me
livre dessa máscara feita de pesadelo,
meu mundo é um circo de aberração,
com lamaçal, e arco-íris de ilusão embaixo
da tenda, sei lá, quem sabe eu não viro lenda,
o cúmulo de uma flor que nasce no lugar do
túmulo, cresce, e sobrevive na fenda de uma
rocha, pétalas, pálpebras, adormece, desabrocha...
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