terça-feira, 15 de maio de 2012

Desafortunadamente amante
















Claridade...
parado ao teu portão,
eia lá novamente aquele
mancebo com um pente
no bolso, encostado em
seu veículo semi-novo,
lhe trouxe caras flores
artificiais, ali da esquina
deu pra ver a malícia do
sorriso por trás do buquê.
Brilha o sol, estou só,
penso, mas não sei se
me atrevo à fazer-te uma
visita, por não ter nada de
mais adequado que me vista,
a não ser aquele antigo terno
de remendos recentes, e pra
aumentar o embaraço, de
retalhos de cores diferentes.
Eu tenho uma bicicleta toda
pintada de preto, e um café
amargo mais escuro ainda
pra desjejum, sou mais um
com fome mesmo é de amor,
queria poder levar-te alguns
bilhetinhos com versos singelos,
uma flor natural, roubada de
algum jardim no caminho que
lhe caia bem no cabelo, mas
a primeira nuvem negra deslizou
em frente à minha janela, quando
abotoava o último botão do velho
paletó, dou por mim que perdi
um pé do par do sapato, o pneu
da bicicleta murchou, e lá se foi
meu verão, o céu chorou, tempestuoso,
escuridão...

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