A cidade cada vez mais tomada pela ansiedade, sob o brilho da lua o pacto silencioso do "cada um na sua", "desamantes", desamores, atores, atrizes, alguns até vivendo e outros tantos infelizes em ter que fingir que deixou de se importar, sei lá, coisas que fazemos em prol da auto preservação, juras e frases passadas que embaraçam o coração, imaginação, pra que te quero asas, "nós dois costa a costa contra o mundo", por alguns segundos pareceu tão bonito de se dizer assim tão explicitamente até cair em si que merda é soltar coisas intensas à pessoas rasas, porra, vida, tu bem sabes como tenho andado, estancou o sangue, virou ferida, um band aid no peito de um deixado, olhos úmidos de visão turva e assim sozinho pedalei na chuva, esperanças desfeitas, ninguém mais à minha espera, era eu inverno onde todo resto da cidade parecia primavera, sarcasticamente sorria e me olhava a lua, "cada um na sua", cá as voltas com o silencioso pacto, uma flor convertida num gracioso cacto sobrevivendo no deserto urbano, entra ano, sai ano, vazios estritamente meus, "foda-se o que eu penso", li em muitos olhares dos que me deixaram, versos do poeta hipertenso...
quinta-feira, 27 de julho de 2023
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
Nudes rudes...
Seja lagoa, rio ou mar, para os pés dos cansados viajantes, água para renovar, bem como para os perdedores e desertores do amor só resta o solo, deveria ser assim deveria ser, para cada cabeça confusa o seu devido colo, mas é que as pessoas não assim tão "belas" por trás de suas telas, ó, duvidoso e enganador mundo virtual, silenciei os berros de felicidade e preferi pedalar sozinho pela cidade, não, eu não saí afim de ganhar ninguém na conversa, não, eu não tenho o dom da paquera, já tantas primaveras, me chame "louco" ou "sem noção", doidamente rio de cada um que de mim se envergonha e não faz menção, olha eu aqui, mundo, sem pompas, nem amigos financeiramente interessantes, a realidade materialista de hoje despreza poetas, românticos e afins e continuo assim, sensível e invisível como antes, amor pra mim, sei lá, talvez nunca, eu tenho uma aparência rude e uma flor de maracujá tatuada na nuca, as leis dos dias de hoje rezam que sejamos descartáveis uns para com os outros e foda-se, curtir e vencer na vida, pois taí que pausei lamúrias e lamentos afim de fazer as pazes com as cores, andarilho, do retrovisor do veículo da bonança distanciando ela me via, quando menos cinza estive ao longo da estrada vazia foi quando parei de dar tantos ouvidos à mim mesmo e passei a escutar mais a cantiga do vento...
quarta-feira, 29 de junho de 2022
Same...
terça-feira, 10 de maio de 2022
Interno inverno...
Sob efeito do inverno, cá sem mais surpresas ou espantos, eu até poderia tentar outra vez, mas estou tão frio quanto, eu sou um cronista de chinelo e bermuda, bem, eu lembraria dela se não tivesse ativado o modo "filho da puta", meio invisível, meio inexistente e nada insistente, as minhas derrotas declaro ao mínimo som do "ene de não", sempre fui e ainda assim sou, prefiro estar morto a meramente esquecido à quem na verdade nunca me enxergou pelo preconceito de ao menos olhar e só então dar seu veredito, gente que "conhece" alguém pelo que se tem ou não, tsc, ah, então esqueçamos, mais nobres e leais são os animais, maconheiros são legais, beberrões letais, matam vibes ou nos matam no asfalto, avistei uma poça e corri pra dar um salto de felicidade por não ser eterno numa merda de cidade e mundo mau, me chamam "estranho", me chamam "anormal" e mesmo assim escrevi...sob efeito do inverno...