sábado, 30 de janeiro de 2021

Quando olhos preferem o "nada" a nós...


Lembranças ao longo do caminho, nostalgias sem rosto, a última face do passado que contemplei foi a própria imagem do desgosto, uma má memória que sequer doía mais, se voltaria aos ilusórios velhos dias? Jamais...ainda há pouco a felicidade me sorriu da janela de um prediozinho à beira do viaduto, chamei-a, mas não podia ouvir minha própria voz, dispensável ou miserável vulto, é osso quando olhos preferem o "nada" a nós...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Aperreio...



"Poder", o brilho amargamente decifrado no fundo dos mais gentis olhos que achei ter encontrado, jurei que ela era intensa, ah, moradas de um peito abrigo, acho que nunca pertenci e talvez nunca pertença, longe e distanciando como a visão de um retrovisor de um veículo em movimento deixando a cidade e assim se vai de mim tudo que se nomeia "possibilidade", o mar como único consolo, quando quis gritar pro mundo que havia enfim achado em alguém a paz do meu lugar, todos olhares estavam voltados para minha velha cara de tolo, agora são, de braços dados com a ilusão, novamente seguindo a vara de pescar imaginária com o coraçãozinho em papel crepom na ponta da linha, só Deus sabe, forças que tentei reunir para dessa humilhante busca desistir, mas a verdade é que eu não tinha...

sábado, 16 de janeiro de 2021

Submerso


reflexo da lua na água do rio na travessia da ponte, ah, o vazio de certas ciclovias, lugares por onde passei e devaneei, lugares que hoje passo e só restam-me nostalgias, hoje esquecendo quem me esquecera e se ainda não, bem, foda-se! Por amor sofri, até sangrei, mas é fato que não morri, admito, às vezes um sorriso triste, disfarça, dói pra quase matar de desgosto, mas essa merda um dia passa, a cidade hoje infestada de viciados, criminosos e alguns otários em alto teor alcoólico, aqui um grato invisível, melancólico, andarilho melancólico....

sábado, 9 de janeiro de 2021

Simples assim

 


Ninguém para ferir, ninguém à esperar, voo solo, a bicicleta cruzou o viaduto em mais uma noite de sábado, nostalgia, ó tu vem lá; fragmentos de sonhos, pedaços que não se encaixam, pedaços de mim que não voltam e só me restava clamar aos céus por paz, anos depois, visões da estrada, traços de paisagens que me fizeram querer viver mais...

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

Aquela velha espera vã...


Memórias, esquecido, talvez vivo só em arquivos de quem há muito partiu, você também já não teve essa mesma impressão? Excuse my language, puta que pariu, um pensamento retrô ambulante, um espírito ora vagando, ora como um livro empoeirado, deixado de lado na estante, ultimamente sentindo-me assim, como se ninguém mais lembrasse de mim, de "afortunado" sou perfeito antônimo, fracassado amante, um anônimo, aquele platônico de sempre, longe do campo de visão e de muitas lembranças, ó, terras áridas que pisei até que depois de muita caminhada, em alguma longínqua calçada me deparar com esperanças em forma de pequenas folhas, eis então o último dia de outro péssimo ano e eu aqui ainda à espera da mágica de um abraço que acolha...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2020

Véspera de natal, gordinho na bike...



Voando alto e vagarosamente, foi-se a saudade, vôo solo pela cidade de avenidas semi vazias, as luzes, os enfeites, era então a solidão o meu maior deleite; traz paz, as crianças alheias à tudo, correndo e sorrindo, não mais, outros tantos envelhecendo, já de partida, quase término e agradecendo por chegar no fim de um ano que para muitos foi o fim da vida, muito, muito estranho, cara, duro até pro coração de um anti social, na noite de natal tudo que eu via era apenas tráfego, registrando as imagens à beira do asfalto sem espantos ou baque, agora apaziguado pela visão daquele alegre casal de velhinhos, eu, o gordinho na bike...

sábado, 19 de dezembro de 2020

Parado em frente à vitrine do ontem...

 


Tristes versos na antiga folha de papel almaço, a inimiga número um da fé é a ilusão, eu agora sou um traço de memória, eu sou a trajetória interrompida de um sorriso após a dor de um coração, ah, quantos contados d'entre os esquecidos e superados, noite afora, parei em frente à vitrine do passado e só pude ver no máximo névoas de boas lembranças, agora me diz quem lhe quererás por seu, à quem contarás das tua solitárias andanças, ainda há pouco sentei e chorei em marte, lugares, ó, lugares que tanto quis, até achei, mas verdadeiramente nunca fiz parte...