quinta-feira, 29 de junho de 2017
E assim fomos....
Ó triste e dura vida, do mar
eu vejo o avião que na tela
se minimiza, despedida, da janela,
a moça vai sumindo e aqui embaixo
o menino se inferioriza, sempre às voltas
com a frustração e até hoje não me coube
saber porque sempre acaba, hirsuta barba
do filho da puta favorito da solidão, linda noite
que à tantos ilude, da quietude do meu mundo
estranho eu nunca tive a malícia necessária, previsível
e invisível, de abraços frouxos e esmolas sentimentais vivi,
me vi sozinho com a lembrança daquele chorinho, ringtone
do seu telefone, olhando o retrato dela pela última vez, beijei
e disse "baby, tenha uma boa vida", e com o vento, o tempo voa,,
na quietude do meu mundo estranho parti sem nunca ter ganho...
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Só me cabem os "pelo menos"...
Chuvosa, chorosa a cidade sob um céu
sem novidades, sem cores de arco íris, nem flores
pelo caminho, enquanto sigo sozinho e meu olho
não disfarça a tristeza da qual sou cativo, a vida
anda tão, tão sem graça, sem rosas, que chego à implorar
por dores de espinhos só pra me sentir mais vivo, do amanhã
não se sabe, por isso não me cabe a plena certeza, a solitária busca
contra estranhas forças da natureza, acaso, obscuro acaso de cada dia,
adia encantos, adiós, reencontros, as cruéis ilusões revoltam, amores novos
não chegam, antigos amores nunca mais voltam...
terça-feira, 27 de junho de 2017
A balada do desamor contra sonhos suburbanos
Arte da tarde, um céu de baunilha
sobre nós, os desprezíveis diferentes,
a balada do desamor no radinho de pilha,
um blues para corações partidos e carentes,
quanta sorte em lábios de sorrisos forçados,
os perdidos e seus devidos anos desperdiçados,
por que para alguns a vida tem que ser assim,
Deus, será que algum dia me livrarei de mim?
Mar de ondas, céu de pipas, as nossas iniciais
escritas numa antiga árvore, à favor do amor,
tempo, contra meus punhos cerrados, mármore,
entra ano, sai ano, sonhos de amores suburbanos...
segunda-feira, 26 de junho de 2017
Versos anti vulgaridade
Oh, interminável inocência, tantos amores
que meu olho inventa, essa maldita carência
sempre afugenta antes mesmo que descubram
quem eu realmente sou e assim todos os "sãos"
se vão de mim; olá, meu nome é passado, toda essa multidão
de palavras e sentimentos descompassados que saem no desespero
de pôr um fim na solidão fazem de mim apenas um desafortunado
amante tentando em vão, a confusão é minha dona, ah, doce ilusão,
nessa vida de merda és a única que não me abandona, e na incessante
busca por um amor frágil, medos de não demonstrar vulnerabilidade,
lamentos de fim de tarde, doce brisa anti vulgaridade, e como cantou
Marisa, "Não é fácil"...
sábado, 24 de junho de 2017
A dor do amanhecer após o "não" da noite anterior
Vejam, ora, vejam,
sob um sol de verão
sou aquele reles otário
com uma trouxa nas costas,
cansado de esperar respostas
que não virão, à beira da estrada
à espera de nada, afim de carona
pro amanhã no ônibus imaginário
com faróis de estrelas, desesperado
pra seguir em frente, bastante infeliz
por não poder tê-la. sei lá, de repente
passar a noite dando voltas na lua, tudo
menos passar na tua rua, pobre amante
vadio, passageiro da agonia tremendo de frio,
temendo a luz do dia e a maré de melancolia,
sem saber com que cara eu enfrentarei o sol,
estando assim irremediavelmente só...
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Doces lamentos de brisa
Balanço dessa última década pra cá,
vivo de ilusão em ilusão e durmo pra esquecer
quem achei que havia vindo pra ficar; por favor,
ouça-me, mas não me dê soluções rápidas, acho que me viciei
em perder, que misterioso esse tal destino, as falsas esperanças
de menino tornaram-se um círculo vicioso, aquela leve ajeitada
na minha alma amarrotada e me recomponho pra perder outra vez,
é triste, mas eu sei, eu sei que vou, é uma dura certeza que nunca muda,
simplesmente não entendo porque meu peito não abandona as tentativas,
alternativas não me restam senão ter fé nas possibilidades, de tão intenso
devo ser tipo raro, tanto que ninguém consegue acreditar que possa ter tanto
assim pra compartilhar, disparo minha metralhadora cheia de mágoas no mar,
pois sou só mais um cara, certos olhares de cisma já me acusaram de "fraude"
pela simplicidade de tão ordinários sonhos de amor, a tarde gentilmente arde
à nos iluminar como holofotes de uma peça, nós seríamos os protagonistas,
o aterro seria nosso palco com cortinas azuis que iriam de espigão à espigão...
terça-feira, 20 de junho de 2017
Desperdício
Oi, olá, meu nome é "fracasso",
mas pode me chamar de "fiasco"...
tenho pele e lábios que nem o menino
dos teus sonhos, só que ele não tem história,
não andou meio quarteirão da solidão que já trilhei,
não sabe o que eu sei sobre estar só, sobre encontrar
consolo na imensidão da noite, confesso ao universo,
nunca mais pude despertar, essa carência desmedida
me deixou num estado de dormência quase irreversível
que meu melhor predicado é "invisível"; ah, se soubesses,
se ao menos sonhasse com todas as conversas imaginárias
que já tivemos, ser platônico dói, mas eu nem ligo, mentira,
ligo até demais, te olho assim, singularmente, o tempo passa
e vou aprendendo à duras penas que o aparentemente apreciável
oculta fissuras, que nem estátuas vistas de longe, com a aproximação,
o sol de verão expõe as falhas, a valsa triste do vento com as folhas caídas,
e vai "enfeiando", aquilo que fora belo somente aos olhos será sepultado
em covas de nostalgia, incontroláveis"vícios" de amor um dia se traduzirão
em meros "desperdícios", e por nada ter, amor à minha pessoa só de verdade,
sonhos tais de reciprocidade, de insignificante sou qualquer sinônimo, quem,
mas quem mesmo, meu Deus, haverá de amar um poeta anônimo?
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