quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Um morto assobiando...
Negro mar suspenso,
céu de imensidão, sorrisos lascivos
da lua sobre a minha solidão, as estrelas
conspiram enquanto corações suspiram em
novidades, há pelo menos um novo começo
a cada noite em cada canto da cidade e vários
açoites aos desprezados, vários "nadas", a beleza
a ser contemplada, um sorvete, um cinema, um passeio
de bicicleta quase sempre sem ninguém, mas até que
passo bem, nas gírias de hoje diriam "Embaçado", mas
eu acho engraçado e estranhamente gratificante estar
morto pra certas pessoas e mesmo assim caminhar por
aí, me alimentar, sentar na grama do Dragão do Mar,
vagar pela areia do aterro, constantemente me matam
e me sinto mais vivo, os amigos imaginários que convivo
saíram pra encher a cara e eu torço para que não voltem,
me pego flutuando no mar à noite, cansei de esperar ser
salvo, assobio cantarolando com a brisa aquela canção de
Marisa, "Não é fácil, não é fácil"
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