domingo, 30 de agosto de 2015
Despertar de um mentecapto
Falta pouco para o meio-dia,
estou enfim acordado, meio
atordoado por mais uma manhã
perdida, mas sinto o princípio de
uma alegria vã, acho que pelo mero
fato de estar vivo, um tanto "sem sal",
incontáveis dias sem sol e já alguns meses
que convivo apenas comigo mesmo, o meu
peito é o típico lugar ermo, uma avenida num
domingo e assim vai indo a vida, sem grandes
mudanças, sem mais novidades, olho em volta,
é a cidade onde eu nasci, sinto a nostalgia de uma
distância, mas como de praxe nem foi eu que esqueci,
era Radiohead tocando nos meus headphones mas eu
tive que trocar por um chorinho, é, vou sozinho mesmo,
prefiro a leveza de não ter em quem pensar do que o peso
de um desprezo, a palidez da tez sob um honesto dia azul,
incontáveis dias sem sol, dó, ré, mi, fa, e a rua ainda me
parece estranha, tô quase chegando, a visão do mar me
ganha, me faz querer assobiar...
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