quinta-feira, 1 de março de 2012

Cantinho de monólogos
















Quase sempre vejo gente
contente, aonde vou, sei,
não sou, só posso estar
feliz por ainda ter meus
dentes, ah, pra quando
puder sorrir, né, quem
diria que um dia meus
banhos de chuva tornariam-
se disfarces pras minhas
lágrimas, invisíveis prantos,
aparentar estar em paz,
para que ninguém perceba
que eu nunca mais tive
um par; vinte anos atrás
eu jamais imaginaria que
só me restariam o vento,
ou as paredes como ouvintes,
ninguém pra ver tevê junto,
e tanto assunto, de que valem
tantos cômodos numa casa
de monólogos incômodos,
monótonos, danos de um
coração sem dono....

Nenhum comentário:

Postar um comentário