quarta-feira, 29 de setembro de 2021

"Pratrásmente"....




Às voltas com as memórias em cenários vazios por outros deixados, sim, eu sou uma criança a brincar num parque de diversões abandonado, brincando sozinho nas cinzas de momentos que alguém há muito incendiou e esqueceu a não ser um idiota como eu, sons de gargalhadas, os cheiros que ainda sinto, atirado pela janela do veículo da vida eu fui por esquecer de por o cinto e quando dei por mim havia sido deixado em lugar nenhum à beira da estrada, nenhuma esperança de carona em algum pensar, oxalá ser lembrado, eu sou o esquecimento vagando na pista, das situações mais felizes sou sempre o único que ainda lembra, sou o passado recente e o distante, eu sou o cronista...

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Meu nome é "vaga memória"...



Pessoas inseridas, pessoas riscadas da história, ao longe achei ter visto a glória vindo em minha direção, então abri os braços pra me deixar acertar, mas infelizmente não passava de um caminhão, tive sonhos destroçados, esperanças esmagadas, hoje eu sou uma borboleta triste em seu voo lento contra o vento sem ter pra onde ir, sem pressa de chegar,  o despertar de um ex amante em seu desatino, ó, Deus, cá meu coração outra vez sem destino, foi num romance da sessão corujão que fantasiei recentemente que tinha chegado a minha vez enquanto as chances e boas oportunidades chegam pra eles na nitidez de uma tv de plasma, novos planos, novos amores em novas histórias e eu agora não passo de um fantasma, apenas a porra de uma vaga memória...

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

Alto, bem pertinho da lua...


Em minhas preces nunca faltaram aquele velho "tomara"',  do amor restou lamento, à face do palhaço, torta, ao estranho, portas na cara, portas, estranhas portas que bati até que entendi que meu lugar era mesmo ao relento; já fui "esquisito", "incomum" e até "diferente", sempre sozinho e sorrindo, muitas vezes deixado e quase nunca "bem vindo", às desventuras do coração, muitas fases e sobre quem à mim despreza ou magoa, bem, mentalmente nem termino as frases, não, eu não permito nostalgias de rostos do meu desapontar, apenas cenários vazios pra lembrar e assim tristemente vago às voltas com mais um necessário esquecimento, a lua afetuosamente me observa como um filho desamparado, a mansa brisa me beija o rosto num consolo e eu era apenas um tolo escrevendo toda essa merda "chapado"...

domingo, 1 de agosto de 2021

Insignificante(fora do radar)



E cá estou outra vez entorpecido e quase atônito pela ciranda de memórias, daqui eu vejo gente em seus vãos vislumbres empunhando seus drinks de vitória e desesperos por holofotes, daqui insanamente rio de tanto "sucesso" agradecendo pela sagrada água do pote; ó, quantos protagonistas em suas acirradas disputas por focos de atenção, um dia até fiz parte do cenário, um dia eu fui uma árvore de papelão, eu sou um poeta de bermuda e chinelo, de que valem os versos de um maltrapilho amante, sob um entardecer amarelo brinco de me equilibrar no meio fio e novamente rio desse mundo de tantos "sãos", desinteressante por toda minha vida, mas agora melhor entendendo que todos passam a valer à pena quando vistos com o coração, ah, insensatez, a brisa me soprou aos ouvidos que ainda não foi desta vez, no mar da insignificância flutuei, nada a perder no amor, só a liberdade de saber que a ninguém mal causei, ninguém me amando em excesso ou cegamente, sem planos a serem frustrados, talvez quem me deixou ou despreza de passagem me veja por aí sozinho da janela de algum veículo e despreze ainda mais pela falta de vínculos, sei lá, talvez até tenha dó, outa vez como sempre não tive quem eu queria, mas hoje eu ri na cara da ironia, hoje eu era apenas inverno sonhando tornar-se primavera, tanta gente sobejando amor e aqui só restava a singela fé na espera...

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Lembrete: Não esquece de viver!



Foram tempos de confronto, tonto, a sensação do chão ruindo sob meus pés, o mundo desabando, mas não era bem assim, eram apenas esperanças de um tolo chegando ao fim; ah, quantos lindos dias ensolarados e noites estreladas que não tiveram a menor graça, doloridos tempos ingratos que não dei à natureza o seu devido louvor, a dor era minha e só minha a dor, ferido e amargamente egoísta, escamas obstruindo minha vista do presente diário da vida, céus, até no mar eu gemia enquanto nadava, o pesadelo de ser obrigado a lembrar a todo instante, pesadelo que vivi até o sangramento da alma estancar, cara, como eu quis, como eu implorei pela liberdade do que já não era ou talvez nunca tenha sido amor, clamei pra me reerguer de um fracasso até que pude novamente sentir o frescor...das calmas ondas acarinhando meus pés cansados, abraços de brisa, beijos de sol e sal na pele, assim era um homem reestruturado, sensível e de gratidão renovada, cessando esperas do que não mais viria, assim era um "nada" convertido novamente em "alguém" e agora eventualmente volto há três anos atrás e é inevitável não sorrir, voltar não por nostalgias de momentos ou estúpidas sensações de prazer, mas simplesmente pra lembrar de onde consegui sair, unicamente pra lembrar....de viver.

sábado, 17 de julho de 2021

Filhos & pets...

 


Filhos e pets, pais que não tenho mais, a inocente alegria que já nem imagino, sobre estar só em meio à multidão, arte que mui domino; tudo que se nomeia "feliz" no meu caminho ficou pra trás ou não aconteceu por um triz, tudo de realmente legal já faz um bom tempo passado e a nostalgia baila, cirandando ante meus olhos cansados nesse voo solo num céu sem novidades, tudo tão calmo e tranquilo aqui de cima, tão melhor de lidar, visão panorâmica da cidade, talvez em algum lugar lá embaixo alguém esteja rindo às minhas custas, talvez haja alguém que eu nunca soube que gosta, com certeza alguém que esquece ou fala pelas costas, ah, sei lá, o entusiasmo eu deixei em algum lugar da pista e voo baixinho na minha imaginação de cronista, mais um ano se vai, quatro décadas e a solidão se repete e desse lado menos iluminado da noite sorrio tolamente testemunhando a liberdade de filhos e pets...

sábado, 3 de julho de 2021

Sobre não ter alem de ser...


Frio entardecer, aquele de uma pálida tonalidade laranja prestes a escurecer e foi num desses belos tristes fins de tarde que parei de cutucar antigos cortes, uma velha colcha de retalhos, assim minha alma é e hoje eu escolhi ir na fé ao invés da vã espera da sorte, sorte, tão cruel e friamente sorte pra quem não tem, à nós desprezo ao passo que o crepúsculo gentilmente encara a noite, um beijo, beijo de entardecer frio, daqui eu vejo intenções de fazer acontecer, olhares em quaisquer direções que não a minha, o amor, cara, teoricamente ele não foi feito para bolsos vazios...