Inevitável ou como há muito tempo atrás cantou o trovador, "fundamental amor", oi, olá, meu nome é "dispensável", fere, ainda que se tratando de mera pele, ah, como fere! Outra vez presumi gentil e sem querer, querendo ela mudou a vida de direção e fingiu que nunca mais me viu, aqui lembrando o rei Davi que após a dura aflição da perda, refrescou-se, alimentou-se e sorriu, fazer o que, né, cá estava eu fitando o interior da velha mochila repleta de tantos "nadas" , foi perambulando sozinho pela cidade como de praxe que Deus devolveu-me o ânimo na simplicidade, agora sob as sagradas águas do chuveiro a cabeça raspada, um frescor além do corpo, coração suavemente alegre ao invés de morto, disse-me o reflexo no espelho, dançar, mesmo sem saber resta dançar, bailas, ó filho da puta, que essa merda de vida é de desacostumar...
domingo, 13 de junho de 2021
terça-feira, 8 de junho de 2021
Lembrete daquilo que preciso urgentemente esquecer....
Cruas, rimas cruas, ontem um colírio, hoje um martírio, fotografias tuas; já nem olho mais, mas quando ainda me atrevia, sempre dizia à tua imagem imóvel e muda que nunca soubestes realmente o que pra mim foste, hoje só me resta deixar o povo rir de mim, mas na minha amargura preciso ser meu próprio bobo da corte, sorrindo e falando sozinho, lá fora ó que lindo dia primaveril e aqui dentro um silencioso mundo invernal, mar de sal, honestamente saudade de amar, sob o pálido azul da cálida praia a planejar um afogamento, ah, o entardecer, daqui já vejo os primeiros esboços da lua, um profundo mergulho como batismo, deixar submerso todos os resquícios daquele velho sentimento e o incômodo de qualquer memória tua...
sexta-feira, 4 de junho de 2021
Quem fui eu, quem eu fui?
A noite e seus brilhos naturais quase que imperceptíveis, estrelas semi invisíveis por conta das luzes artificiais da cidade, avança a idade, eu sou aquele livro há muito lido e esquecido na estante, eu sou um sonho ambulante de quem acordou e esqueceu com o que sonhou, ali antes era eu devaneando não tão alto, agora somos só minha bicicleta e eu desacostumando pelo asfalto, uma criança perdida em algum lugar da sagrada esfera sem novas esperanças ou esperas, esta noite olhos e mais olhos me esquecem, fantasmas do passado me saúdam enquanto cenários desaparecem...
segunda-feira, 24 de maio de 2021
O que foi já era o que foi
Sob aquela pintura celeste um ingênuo olhar de esperança da janela do bus no quase anoitecer, sob a mesma pintura celeste, esquecer, hoje pelos asfaltos do entardecer voo solo, a fé no "vermelho" já no ponto de por no carregador e foi nessa árdua tarefa de tentar se levantar que caí em si que quem quer ser salvo não tem lá muita ou nenhuma intenção de salvar; continuei pedalando, ali mais na frente avistei uma ponte inacabada e agora à espera de nada, sorri e saltei, mas pra minha surpresa havia cruzado uma barreira temporal de volta à um passado onde nunca a conheci, o cenário, a história havia mudado e as preces se renovavam para que Deus não me deixasse morrer sozinho, nem tampouco mal acompanhado...
segunda-feira, 17 de maio de 2021
Infelizmente despertei...
São, ora veja, se diz "são" aquele que anseia por perfeição; certo dia de letargia adormeci profundamente em frente à tv, quando despertei, o mundo andava bem estranho, egomaníacos e sexistas raciais estavam em alta, imenso era o vazio da busca sem saber ao certo o que lhes falta e os dias passavam na velocidade das informações, inverteram-se os valores, agora não passávamos de mera imagens de exibição sem emoções, pessoas com seus moldes a bel prazer, estava prestes a escurecer, acordei com a vida reduzida a vídeo viral, despertei, que pena, tristemente despertei na realidade virtual...
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Sob luzes naturais....
Arte da tarde, céu de baunilha e o nostálgico andarilho segue sua trilha sobre trilhos inativos, coração fatigado, porém ainda vivo; muito, muito calor no entardecer, me resta vagar pra esquecer, cantarolando no sossego do meu"Buarquear" afim de deixar pra trás a vasta estrada de desenganos e a velha trouxa repleta de frustrações que trago nas costas ao longo dos anos, no prezado momento sem celular, olha lá, olha lá, hipócritas otários escondidos por trás de suas devidas telas, anoitece na cidade, escurece a noite bela e na estúpida era do "politicamente correto" abdico do desespero de notoriedade e sigo pelo calçadão à caminho do mar em busca da paz de um luar deserto...
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Aquele cara com o óculos trincado
"Viagens", no mundo tereis "viagens", a alma rústica como os traços de suas velhas tatuagens, bem, poderia ser uma bela metáfora, o mundo bem mais colorido, mas mesmo com a moda de tanta gente tatuada, qual nada, certamente o mundo não está mais bonito; aquele solitário estranho ser sou eu sob uma chuva de verão, aquele único ser vivo "embicicletado" pela ciclovia sem amor após o "não" da noite anterior, no peito uma casa há muito abandonada, no mp3, Billie Holiday, coração, pra que te quero se não tenho o "valor" da futilidade dos status e estereótipos, coração de nada adianta, é, eu sei...