quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Como era linda a incompreensão!





Sorrisos escancarados, luzes demais, as cores artificiais no céu inibiram as estrelas, hoje é dia de excessos, hoje é o perfeito inverso da calmaria e sinto-me um tanto insano, hoje é o último dia do ano; como pode um dia tão festivo esvaziar meu peito tanto assim, só consigo pensar que não pertenço, que esse dia não foi feito pra mim, alma perambulante num dia material, alguns enchem a cara e vomitam alegria, mesmo assim não me sinto anormal por não sentir como todo mundo, estranho talvez, bem, não é a primeira vez e no meu universo à parte, me vêm traços da infância, quando eu não sabia quem estava cantando, apenas doava meu corpo à melodia, e caso fosse de dançar, desengonçadamente dançaria, fosse de chorar, nem que escondido, choraria, dias de reações naturais e sinceras aceitações, ó, pra onde foram esses tempos, ainda falta muito pra amanhecer e choro por dentro, lamentando a dor que é ter que crescer...

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