domingo, 21 de agosto de 2011

"Adolesciências" dos dias de quarto




















Pelos asfaltos da noite afora, mantenho a
coluna ereta, sorrindo comigo mesmo, num
passeio de bicicleta, penso em tudo que eu
poderia ser, e não sou, rio que nem bobo,
acho que é por causa da lua borrada de nuvens,
a beleza escondida, que nem a tua, por trás das
frias paredes do teu quarto, onde o mundo que
tu projetas, desmorona todo dia, reduzindo-se
à escombros, estou longe, mas próximo pelo teu
vazio, que nos põe ombro à ombro; hoje decidi
sentar ao teu lado, na janela, e ouvir sobre teu
inverno interior, essas folhas soltas de caderno
pelo chão, o engano da perfeição que tu tens
esperado, estranhamente quem lhe cativa os
olhos é quem mais te maltrata, deixa essa tua
falta escorrer no meu peito, deixo você chorar
em mim, fosse assim, assim fosse, mas é só meu
espírito que está contigo, em pensamentos, tenho
medo que tu descubra, e me jogue ao relento, ergo
a cabeça, ainda estou na minha bicicleta..ao relento...

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