terça-feira, 30 de novembro de 2010

Desequilibrios de um imóvel viajante.

















Nota de bordo, sonho de um argonauta: sonhei que
era um micronauta, perdido nos mares de mim,
quando avistei teu coração à frente como um rochedo,
mas de rochas maleáveis, e afim de encontrá-lo, tive
que mudar o curso da minha nau devastada, os restos
em que navego, se achares que quero proximidade, nego!
Se um reles encontro acidental de peles significar colisão,
então que nos mantenhamos fitando um ao outro, cada
um do seu mundo particular, temos poucos segundos
antes que soe algum alarme das nossas veias cornárias,
e caiamos em si, por termos atravessado alguma linha
imaginária, que nos faz estar cada um em seu devido
lugar. Na infinidade de planetas, vez por outra contemplo
afinidades em fusões de mundos, doces confusões de sorrisos
quase oriundos, de lábios recém apresentados, eis-me aqui
ao teu lado, imóvel, feliz por estar, triste por não poder te
falar o quanto as coisicas musicadas dos outros para os
outros sempre me tocam, veja como eles trocam ilusão,
arrebentam, e compra-se cordas novas, passados os anos
sem minha própria canção.

Um comentário:

  1. Fiquei tão encantado e desiludido ao ler, como todos os amores.

    Cada um em seu infinito particular.

    Um abraço fábio, tem de ir pro grupo dnovo!

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