segunda-feira, 25 de março de 2019
Desacostume!
"Eu poderia morrer agora", em alguma calçada do mundo alguém verbaliza a tal felicidade encontrada, "Eu queria morrer agora!", simultaneamente ela se foi da vida de alguém na cidade, hábitos rotinas à modificar, bruscamente despertar de um sonho profundo, inverno, inferno já nem se distinguem mais, o céu já chorou junto, agora o chuveiro, memórias à amargar de lugares, sons e cheiros porque a vida, cara, ela é de desacostumar...
terça-feira, 5 de março de 2019
À distância da desistência
E então um prédio, vigésimo sétimo andar, do alto do topo do tédio desesperançosos pensamentos cruzaram o céu nublado da minha mente, planos, humildes planos que o coração teve que abandonar à beira da estranha estrada, partir sem virar as costas, o quanto gostas ou gostava já não podia crer, nas mãos e no peito, nada, ao invés de você, o amor outra vez sem rosto, desgosto em amargura onde morava a candura, ó quão difícil é não se deixar cair, decidi, eu não quero morrer, eu só quero fugir...
domingo, 24 de fevereiro de 2019
Tristes tempos de inferno invernal....
Ao longo da estrada ouve-se "A vida é estranha, a vida não presta!", ainda que me sinta um verdadeiro "nada", ainda assim digo que a vida é boa, o nosso desamor próprio é que tira todo o sabor que a natureza dá ao nosso coração, a graça dos raios solares na pele e faz da chuva inimiga que fere com cruéis nostalgias, independente do cima, o dia continua lindo lá fora, feio mesmo está o meu interior, as janelas da alma anuviadas pela umidade do peito, olho em volta e tantos vejo em busca do "perfeito", eles têm de sobra o que metade não tenho, estou revirando suas latas de lixo afim de aproveitar os restos do teu tanto ter e pouco sentir, um pedinte, um palhaço, as lembranças doem e sem ouvintes, tristemente sorrindo, mendigando abraços...
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Je ne comprend pas
Escancaradas janelas da alma, chuva fina escorre pelos cantos da pupila, ó quão dura é a procura da alma quando o maldito coração oscila! Há momentos que pareço um gigante, tal qual as nuvens, a proximidade do céu, mas de tão peito aberto como já estivesse liberto, de repente me vejo assim, um perdido encarado uma lua tão distante sem saber, nem ter pra onde ir, quando eu decidi partir ela me fez ficar, quando achei que enfim seria e desisti de ir embora foi quando estranhamente ela se foi, digo "oi" à tristeza e chamo pra conversar, quantas vezes hei de repetir quão estranha é a vida para ela então "desestranhar"?!?
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Rimas sussurradas
Um ego ferido pede desforra, eles dizem pra esquecer, eles sabem o que é melhor pra mim, mas a verdade é que o saber é inferior ao sentir e aqui estou a desacostumar, tua voz ainda constantemente na minha mente e várias frases do coração que agora vem como contradição, muitos não sabem, você não era assim e como dói convir, antes do trágico, em nossa doce simplicidade, nós éramos simplesmente mágicos; penso em coisas que poderia ter dito, penso em coisas que deveria não ter deixado sair pela boca, penso em ser mais atencioso, mas acabo tristemente caindo em si que não posso pensar numa possível "próxima vez", delicado é o processo de cura e pensar em ti me traz uma cruel ternura, uma vontade gritante de abraçar e fazer diferente, mas é só coisa da mente, não consigo te desejar nem o pior, nem o melhor, mas minto se disser que não penso em perdão, você segue em sua nova escolha e eu preso numa bolha de solidão, vagando pela cidade, eles me aconselham à distância, eles agora te odeiam e meu peito sussurra "saudade"...
domingo, 13 de janeiro de 2019
Domingo à sobreviver
Domingo, chove choroso domingo, entre cores e dores, cá estou, legítimo personagem de alguma canção do Smiths, oxalá conseguisse, pudesse estar dormindo...há uma semana, há uma semana morto para o mundo, um sono de reconciliação com o coração, acordar quando estivesse em perfeita condição de prosseguir, eu quis partir, mas fui impedido só pra ser ferido, eu quis morrer, mas vivi pra aprender, corrosivo era o choro dos primeiros dias aqui dentro, agora só inundava a casa desolação, o nível d'água ia baixando, o ritmo da chuva ia diminuindo e eu sobrevivendo a um cruel vazio de domingo...
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Condição...
O estalar das fagulhas, sorrisos e desdéns vindos da casa quentinha, do lado de fora da janela eu ouço, largado ao relento sem roupas em um dia invernal eu fui, um frio de doer a alma em abandono, ó, como invejo agora o pouco dos sem teto, tão, tão, tão triste e menos esperto; há algum tempo desisti de entender as razões, aquela sorridente personagem da van, na qual o povo admirava como uma "rainha" tinha me atado e tinha algum prazer no meu sofrer, mencionava "deus" e pouco importava se iria morrer por dentro, o prazer era seu critério e eu era só coração e dor, a incompreensão de uma criança com sangramento interno, o tempo ria da carne que envelhecia, disforme e eu pulava amarelinha no inferno....
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