domingo, 3 de novembro de 2024

Sextas-feiras, sextas frias...


Sexta feira, fritas e shakes, perdido na era dos "remakes", 2024 culturalmente trágico, filmes e músicas ruins, ai de mim que sou nostálgico, eu creio em Deus, mas minha fé não descredita a ciência, noite passada eu sonhei que o câncer tomava forma humana e nós púnhamos um fim de vez na sua existência e todos os seus subordinados instantâneamente morriam também, utopia, sei lá, talvez um dia, 'mal e bem", eu sou só mais um na cidade que escreve pra não ser vencido pela insanidade e a melancolia, sorrisos falsos e copos cheios de monotonia, daqui do asfalto registrei e passei batido como todo bom ciclista/cronista, as paisagens urbanas de fins de semana, na sacada de um prédio eu vejo alguém debruçado com olhar contemplativo e vasos de flores e aqui algumas vagas lembranças de ex amores e após cada superação, graças à Deus volto a ser feliz à minha maneira, já mais de vinte anos que não a vejo, sexta feira...

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Um cara de antigamente...


E eis então o alvorecer,, nostalgias de velhos olhares, os primeiros raios solares, aquele ventinho matutino, crianças sendo crianças, divino, versos de um saudosista andarilho, margaridas e girassóis à beira dos trilhos, ao longe o trem, digo "amém" aos poucos que ficam e friamente aceito aqueles que da minha vida somem, ó, quão patético aqueles que na soberba e pela força bruta se auto intitulam "homens!", é assim, ano após ano treinando à mim mesmo pra cada vez menos me importar, "amar, amar, amar", desejos de paz que na essência hoje em dia quase não se vê mais, as pessoas, cara, elas "se estudam" afim do mal de cada um explorar, olhos de violência, comentários cheios de maldade e malícia nessa triste realidade virtual, tudo que não é de boa fama, tudo aquilo que não é vital, tanto, mas tanto a silenciar, eu vim lá do tempo das cartas, da inocência de pegar na mão e o grande desafio de enfim poder conversar,, vaidades mil e desesperos de atenção que o inimigo das nossas almas adora, miseráveis"tempos modernos " de agora, cujo o maior anseio do ser humano é "viralizar"...

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

"Novo" ano, vazios de praxe...


E então o último dia de mais um péssimo ano, versos do poeta suburbano, de "afortunado" sou perfeito antônimo, aquele usual platônico em suas solitárias "pedalanças", ó, tênue esperança, mesmo não gostando muito da tua pessoa, quanto mais longe do teu campo de visão mais meu olho por ti se afeiçoa, viajo, piro no teu cabelo, teu beijo, a tara de um dia tê-lo, oxalá, um dia quem sabe, ai, Deus, ser feliz antes que a porra deste mundo acabe, hoje vagamente vivo em alguns resquícios de memórias, te vejo como uma rainha e por ti sou contado d'entre a "escória" dos que não merecem tua devida atenção, eu sou aquela mensagem ignorada, pré visualizada na barra de notificação, quando enfim tomei coragem pra te ver, na metade do caminho me vi desperto de um transe perguntando ao meu reflexo na poça de chuva por quê aqui vim, o ano todo, todo ano inteira e internamente inverno em mim e você sempre entre primavera e verão, teu rosto colado ao meu, será que um dia meus agraciados olhos verão? Eu sou o asfalto úmido, a velha árvore com suas já descoloridas folhas, orvalho, um otário à espera daquele raro abraço que acolha...

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Despercebidamente segui...




Coração outrora pesaroso, hoje leve, solidão e fé nas rimas deste que vos escreve, tão, tão diferentes tempos de hoje, as sombras tomaram uma considerável parte da juventude enquanto meu olho hoje em dia mal se ilude, começou na infância, ó, quantas vezes nessa vida já não amarguei a sensação de gostar meramente à distância, irônico e sarcástico destino sempre me designando o papel de coadjuvante "platônico",, um misto de ternura e,tesão, admiração de longe sempre foi o que me restou, a parte que me coube, secretos olhares espontâneos e recíprocos, se em minha direção houveram, porra, cara, nunca soube...

quarta-feira, 13 de setembro de 2023

Vácuo...



Andanças, ardor, em nossas árduas vãs esperanças de amor e proximidades meros tolos somos em meio à solidão da cidade; te julguei "doce", te julguei " simples" e tão fria e silenciosamente me convenceste que eu não passava de um "simplório" violentamente equivocado, uns três ou quatro anos te imaginando ao lado, uns três ou quatro anos te olhando à distância e a fragrância da tua alma nunca chegara de fato ao meu jardim desolado, ora invisível, ora ignorado, ai de mim colorindo alguém tão insistentemente "cinza", meu sorrir agora melhor rima com "desistir", lembranças tuas, tristes danças no fundo do meu olhar conformado, te abençoei com a minha inexistência, te abençoei com a minha não insistência, hoje eu tomei um Tylenol com um bom gole de "Semancol" e da tua pessoa me pus a distanciar no retrovisor do teu veículo seletivo, coletivo, meu ônibus espacial já vem lá, hoje eu escolhi te dar um sumiço no vácuo do vasto espaço da minh'alma, hoje eu escolhi deixar de acreditar...

quinta-feira, 27 de julho de 2023

Versos do poeta hipertenso



A cidade cada vez mais tomada pela ansiedade, sob o brilho da lua o pacto silencioso do "cada um na sua", "desamantes", desamores, atores, atrizes, alguns até vivendo e outros tantos infelizes em ter que fingir que deixou de se importar, sei lá, coisas que fazemos em prol da auto preservação, juras e frases passadas que embaraçam o coração, imaginação, pra que te quero asas, "nós dois costa a costa contra o mundo", por alguns segundos pareceu tão bonito de se dizer assim tão explicitamente até cair em si que merda é soltar coisas intensas à pessoas rasas, porra, vida, tu bem sabes como tenho andado, estancou o sangue, virou ferida, um band aid no peito de um deixado, olhos úmidos de visão turva e assim sozinho pedalei na chuva, esperanças desfeitas, ninguém mais à minha espera, era eu inverno onde todo resto da cidade parecia primavera, sarcasticamente sorria e me olhava a lua, "cada um na sua", cá as voltas com o silencioso pacto, uma flor convertida num gracioso cacto sobrevivendo no deserto urbano, entra ano, sai ano, vazios estritamente meus, "foda-se o que eu penso", li em muitos olhares dos que me deixaram, versos do poeta hipertenso...

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Nudes rudes...



Seja lagoa, rio ou mar, para os pés dos cansados viajantes, água para renovar, bem como para os perdedores e desertores do amor só resta o solo, deveria ser assim deveria ser, para cada cabeça confusa o seu devido colo, mas é que as pessoas não assim tão "belas" por trás de suas telas, ó, duvidoso e enganador mundo virtual, silenciei os berros de felicidade e preferi pedalar sozinho pela cidade, não, eu não saí afim de ganhar ninguém na conversa, não, eu não tenho o dom da paquera, já tantas primaveras, me chame "louco" ou "sem noção", doidamente rio de cada um que de mim se envergonha e não faz menção, olha eu aqui, mundo, sem pompas, nem amigos financeiramente interessantes, a realidade materialista de hoje despreza poetas, românticos e afins e continuo assim, sensível e invisível como antes, amor pra mim, sei lá, talvez nunca, eu tenho uma aparência rude e uma flor de maracujá tatuada na nuca, as leis dos dias de hoje rezam que sejamos descartáveis uns para com os outros e foda-se, curtir e vencer na vida, pois taí que pausei lamúrias e lamentos afim de fazer as pazes com as cores, andarilho, do retrovisor do veículo da bonança distanciando ela me via, quando menos cinza estive ao longo da estrada vazia foi quando parei de dar tantos ouvidos à mim mesmo e passei a escutar mais a cantiga do vento...