terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Sou tudo aquilo que me definem e vivendo o contrário...


Ó, sagrada e cálida varanda, na escuridão do céu noturno estrelas numa triste ciranda e a menina insone tem fome, mas não encontra conforto na geladeira, pois faminta de amores está e longe de sentir-se inteira; um grito silencioso ecoa pela cidade audível apenas ao coração e o que se ouve nesse instante é "saudade!", em outra parte bem distante cá estou a ouvir ecos do passado, vagos sorrisos e duros "nãos", um lunático no mundo de tantos sãos, dispensável, facilmente esquecível e os poucos que ainda lembram deram-me por desaparecido, agora intencionalmente na minha prisão sem muros, um estranho, um poeta obscuro, um interno na ala dos vencidos...

domingo, 19 de dezembro de 2021

Errante



Anoiteceu na laje, outra vez pus meu traje imaginário de astronauta porque acho que nunca mais voltei à órbita desde a última vez que senti falta, atônito em meio às estrelas, mas livre pela beleza do cenário espacial, pois quando parti ninguém viu, tão down, tão blue andei que implorei aos céus ao menos pela volta à paz do vazio; aquilo lá não são asteroides vagando nos confins, ali são pedacinhos meus, fragmentos de mim, sozinho em algum planetoide lamentando o que na ocasião aparentava simples crueldade da vida, sabedoria do universo imensamente superior ao meu utópico sonho de alegria dividida, mãos pra dar pra mim nem pensar, à Deus mui grato, a dúvida enfim me erra e quanto mais duramente aprendo menor a vontade de voltar à terra...

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Morte aos peculiares!

 


Pessoas que amamos, pessoas que não mais e eu sou apenas mais um perdido com um único pedido aos céus: paz!..mas eu não tenho pretensão de ser aquele cara "super" porque esse tipo de gente é quase sempre aparentemente "super normal" e eu não digo que estou necessariamente "mal", sei lá, talvez esteja, ah, vá, que seja, só sei que hoje me defino "super esquisito", sei lá, tua casa de praia cheia de efusivos me inibe e eu gosto mesmo é de estar à toa, longe de aglomerações, uma ou duas pessoas pra falar, 'té mesmo estranhos conhecidos que se encontra pelas esquinas da vida e a gente se abençoa, detesto, repudio ter que parecer "bem" meramente pelo melhor julgamento de gente que sequer me têm respeito, ah, utópica liberdade que esses "lógicos racionais" não dão à nós, inaceitáveis incomuns, hoje eu só quero ser como o Wally, difícil de ser encontrado, longe dos acasos chatos que nos obrigam a estar onde não queremos, na multidão ser só mais um, tanto faz e como há muito cantou Guilherme Arantes, "Meu mundo e nada mais"...

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Hereditariamente desafortunado...



E quão revoltante achar ter encontrado seu lugar ao sol na praia particular no peito de alguém só pra depois sofrer pra desacostumar e lá vamos nós de volta às intermináveis filas dos desprezíveis e dispensáveis, semblantes sofridos, reclames e mudanças desesperadas de gente mal amada, seja muito mal vindo ao meu mundo, lugar esse, lugar esse que jurava ter escapado, Deus sabe como quis amar-te e me iludi achando que iríamos à lua no feriado, mas subitamente me vi sentado sozinho em marte, da janela eu vejo um imenso salão de oportunidades de afeto, mas desde feto minha vida foi esperar lá fora, sonhar e acordar sem, ah, sagrado ataque cardíaco, por que tanto demoras?? 

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Deserto em mim

 


Não de refeição, mas de amor a fome e lá se vai mais um ano, Carpenters nos fones enquanto rastejo em meio às miragens frustrantes desse deserto urbano, ó, dias de sol escaldante e noites de frio cortante, machuca a pele, fere a alma de um cara já há muito sem o lar de um olhar, meu peito, meu Saara particular...

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Pedala o tolo pedala


Solitário pelos cenários vazios das antigas lembranças de
 pessoas que eu apaguei, sem mais esperanças pela noite pedalei sem destino marcado, ninguém à minha espera, nem tampouco afim de ser encontrado; ao longo do asfalto na companhia do vento, à vista de olhares perdidos e sonhos em varais de apartamentos, na mente, entre memórias amargas, saudosismos e quanto faltava pro final do mês, xingando e me lamentando inglês, comigo ninguém ia ou ria, comigo ninguém vinha, okay, massa, fumaça ao invés de vinho, eu sou um rei sem súditos, eu sou o rei da estrada como de praxe, falando sozinho...

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

Untitled

Corpos tremeluzentes, chuva de granizo de tantos sorrisos, às vezes a alegria alheia dói, sabe...ando pela cidade, pôrra, não vejo novidades, o céu me traga e estraga os pulmões do dia, tipo um cigarro de quinta categoria pisoteado pelo salto alto da dona felicidade, foda-se, é que nem amor para desafortunados, se não mata, maltrata, amanheço, permaneço aqui deitado porque não sei mais o que faço, a vida é um parque de diversões e eu acho tudo isso um saco, crescer é basicamente isso, cara, perder aquele genuíno brilho dos olhos, as crianças saltam, cantam e trotam e a maioria dos adultos só focam nas merdas que os derrotam!