sábado, 29 de dezembro de 2012

Laranja




O reflexo romã da tua
pele refletia na íris do
olho, não, não, acho que
era marfim ou coisa assim;
só acho que não me encaixo
no próprio sonho que tive,
mas não me contive e sorri
pelo que vi, me parecia um
lugar de doce ilusão, onde eu
podia ser visto, e quase acreditei
que existo quando ela se deteve
por um momento à olhar fixamente
em minha direção, era só mais uma
invenção do peito, e quando dei por mim,
vestia um terno amassado, eu era um desenho
mal feito em uma folha de caderno, e na
verdade ela achava graça da minha
pequena desgraça, então despertei
do sono sentindo-me cão sem dono,
o céu estava tão bonito, de um tom
laranja, e meu vazio era parte integrante
da tarde...

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