domingo, 15 de julho de 2012

Te ver dormir
















Dorme...
vai passando a cidade, atravessa a idade
avançando os anos, e a frustração dos planos
ao longo do caminho, sozinho na imensidão
do universo, e se pareço disperso, ao meu lado
ela apenas dorme.
O vício de esperança que por dentro corrói,
a insistência de acreditar dói, pobre amigo
imaginário, vaga num passeio inocente
à procurar de lar, entre velhos dias tranquilos,
e vorazmente solitários, deveras esquecido,
o rosto muito parecido com o meu, porém
um tanto disforme, e a moça ainda dorme.
Lá fora nos observa, o céu, o sol, o dia,
concordam entre si em suas crônicas sobre
nossas melancolias, e na janela, a imagem
refletida no vidro, adormecida, preciso descer,
preciso partir, tremendo era o vazio naquele ônibus,
e tudo muda quando ela acorda, como fosse a própria
paz de espírito, olha pro lado, e me sorri, aaahhh...
quem era ela? Sei lá!

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