Sob aquela pintura celeste um ingênuo olhar de esperança da janela do bus no quase anoitecer, sob a mesma pintura celeste, esquecer, hoje pelos asfaltos do entardecer voo solo, a fé no "vermelho" já no ponto de por no carregador e foi nessa árdua tarefa de tentar se levantar que caí em si que quem quer ser salvo não tem lá muita ou nenhuma intenção de salvar; continuei pedalando, ali mais na frente avistei uma ponte inacabada e agora à espera de nada, sorri e saltei, mas pra minha surpresa havia cruzado uma barreira temporal de volta à um passado onde nunca a conheci, o cenário, a história havia mudado e as preces se renovavam para que Deus não me deixasse morrer sozinho, nem tampouco mal acompanhado...
segunda-feira, 24 de maio de 2021
segunda-feira, 17 de maio de 2021
Infelizmente despertei...
São, ora veja, se diz "são" aquele que anseia por perfeição; certo dia de letargia adormeci profundamente em frente à tv, quando despertei, o mundo andava bem estranho, egomaníacos e sexistas raciais estavam em alta, imenso era o vazio da busca sem saber ao certo o que lhes falta e os dias passavam na velocidade das informações, inverteram-se os valores, agora não passávamos de mera imagens de exibição sem emoções, pessoas com seus moldes a bel prazer, estava prestes a escurecer, acordei com a vida reduzida a vídeo viral, despertei, que pena, tristemente despertei na realidade virtual...
segunda-feira, 10 de maio de 2021
Sob luzes naturais....
Arte da tarde, céu de baunilha e o nostálgico andarilho segue sua trilha sobre trilhos inativos, coração fatigado, porém ainda vivo; muito, muito calor no entardecer, me resta vagar pra esquecer, cantarolando no sossego do meu"Buarquear" afim de deixar pra trás a vasta estrada de desenganos e a velha trouxa repleta de frustrações que trago nas costas ao longo dos anos, no prezado momento sem celular, olha lá, olha lá, hipócritas otários escondidos por trás de suas devidas telas, anoitece na cidade, escurece a noite bela e na estúpida era do "politicamente correto" abdico do desespero de notoriedade e sigo pelo calçadão à caminho do mar em busca da paz de um luar deserto...
quinta-feira, 6 de maio de 2021
Aquele cara com o óculos trincado
"Viagens", no mundo tereis "viagens", a alma rústica como os traços de suas velhas tatuagens, bem, poderia ser uma bela metáfora, o mundo bem mais colorido, mas mesmo com a moda de tanta gente tatuada, qual nada, certamente o mundo não está mais bonito; aquele solitário estranho ser sou eu sob uma chuva de verão, aquele único ser vivo "embicicletado" pela ciclovia sem amor após o "não" da noite anterior, no peito uma casa há muito abandonada, no mp3, Billie Holiday, coração, pra que te quero se não tenho o "valor" da futilidade dos status e estereótipos, coração de nada adianta, é, eu sei...
sexta-feira, 30 de abril de 2021
Açoite...
Parafraseando Lennon em alguma calçada do universo, "Imagine" não ter mais o coração partido em seus versos, ah, mas terás, como terás! Escoriações do tempo chamadas "frustrações", a semi utopia daquela companhia que nos cai tão bem mesmo quando sem assunto e se não pudermos voar, que a gente "kaya" junto, cada vez que eu me maltrato, canto mais alto, o infeliz acaso outra vez bateu em mim como ondas de uma furiosa maré, pois é, pois que bata mais, sou frágil e ao mesmo tempo feito dos materiais mais resistentes da terra sem pretensão de guerra...
terça-feira, 20 de abril de 2021
Mar em mim, amar o que há em mim....
Cai, cai, primavera, a saudade é solitária e bela como as folhas amarelas espalhadas pelo asfalto úmido, mas só havia inverno em meu caminho e como tantas coisas que melhor fazemos na vida, à saber, sozinhos, assim foram décadas; pensava eu ter adormecido quando na verdade já havia morrido o amor outra vez entre o incansável e o inalcançável andei, ah, o mar limpo dessa tarde e a nítida visão dos corais, cinza estava eu quando com aquele peixinho azul nadei, ri feito besta, imaginando quanta gente nessa vida já não me esqueceu, anoiteceu e eu "clareei"...